segunda-feira, 7 de abril de 2008

MUTANTES - SEJAM BEM VINDOS

Há algumas décadas atrás os Mutantes subiram no palco do Palácio das Convenções do Anhembi e pela última vez tocaram juntos. Durante este show, Arnaldo Batista subiu no palco e emocionou a platéia ao cantar velhas canções e ao tocar piano e sintetizador junto com seu irmão Sérgio, num momento brilhante que indicava o final de um ciclo e do mito Mutantes.
Vieram os conturbados anos 80 eles foram esquecidos e ninguém acreditava que eles que tocariam juntos novamente
Mas o improvável aconteceu.
E quase 30 anos depois no aniversário da cidade de São Paulo Os Mutantes subiram ao palco do Parque da Independência no Ipiranga e para alegria geral da nação tocaram durante duas horas seus clássicos fazendo o público cantar e dançar de maneira feliz e entusiasmada, sem nenhum incidente..
O show começou com Dom Quixote, seguida de Caminhante Noturno, numa sucessão de clássicos como Ave Genghis Khan, Minha Menina, Baby, Virginia, A Hora e a Vez do Cabelo Crescer, além da Balada do Louco que emocionou e levou a platéia ao delírio, num momento de rara descontração, que contou com a presença de Tom Zé que cantou 2001.
Destaque para a voz de Arnaldo nas canções Dia 36 e Cantor de Mambo.
Pra assombro dos fãs, a mística guitarra dourada de Sérgio Dias foi utilizada durante quase todo o show, principalmente em Ando Meio Desligado, com citações do inesquecível solo de guitarra de While My Guitar Gently Weeps, numa homenagem explicita a George Harrison e aos Beatles.
Não bastasse o show impecável, fiquei impressionado com o público presente composto em sua maioria por jovens que não viveram a época dos Mutantes, mas que cantavam todas as canções com uma disposição invejável.
Serginho, Arnaldo e Dinho ao lado da cantora Zélia Duncan entusiasmaram a todos e fizeram um espetáculo repleto de bom humor, sensibilidade e profissionalismo.
Voltei para casa com a alma lavada e com os tímpanos purificados.
Ao deitar um resíduo de indignação girava em minha cabeça, afinal eu quase não encontrei sobreviventes dos anos 70.
Então eu pergunto:
Onde andará a minha geração?

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